Entrevista no HeavynRoll Space

HEAVYNROLL - Marco, primeiramente, obrigado pelo apoio e consideração neste projeto e, pra começar a nossa conversa, conte um pouco de sua história, quando e como começou sua jornada como músico.
MARCO – Tudo bem? Ora... não tem por onde! Hehehehe... Na verdade apóio e sempre apoiarei qualquer manifestação artística de nossa cidade, que apesar de ser a “capital nacional da cultura” ainda carece muito nesta área, e achei interessante a iniciativa de juntar essa tigrada rocker Caxiense...
Bem... era uma vez um menino pobre... hahaha... falando sério... Comecei a tocar violão em 1988, quando meu irmão mais velho (Cesar PaimCucastortas) comprou um, mas ele não me deixava tocar hahaha... então quando ele saia para um curso que fazia, eu pegava o violão e tentava imitá-lo. Mas sentia que não soava tão legal, então resolvi ligar o violão, que possuía um captador removível aclopado, ao aparelho de som e aumentava o volume, e percebi que os falantes distorciam e ficava beeeem mais legal hahaha... Na verdade esse foi o ano da minha perdição (1988), onde descobri o instrumento e quando me foi apresentado o Seventh Son of a Seventh Son do Iron Maiden, pelo mesmo irmão que comprou o disco porque achou legal a capa e ficou curioso... César, tu é o culpado!!!!hahaha
Voltando... depois, alguns anos mais tarde, consegui comprar minha primeira guitarra, uma Jennifer... pois é..., mas aprendi, de forma autodidata, muita coisa com ela, e montei minha primeira banda em 1993, que se chamava Intruders. Não tocávamos bosta nenhuma, mas tínhamos músicas instrumentais próprias e aprendemos um com o outro, e ensaiamos durante 1 ano, todos os fins de semana. Depois de passar por mais umas duas bandas fraquinhas, tocando em escolas e sedes de bairros, montei minha primeira banda realmente séria em 1997, como guitarrista ainda, que foi a Crazy Horse, banda cover setentista que contava com Niuton Paganella (Pantera Cover) nos vocais e fui aprendendo observando-o cantar, e resolvi começar a arriscar nos backings vocals.
Em 1998 acaba a Crazy Horse e monto o The True com remanescentes da banda, menos o Paganella que não quis continuar, para fazer músicas próprias... mas não tínhamos vocalista e resolvi ir cantando para quebrar o galho. Naquela época a coisa não era tão fácil como hoje, para se encontrar músicos bons, vocalistas não existiam, e os poucos que tinham não se interessavam ou tinham bandas. Então resolvi fazer algumas aulas de canto com o conceituado vocalista Rafael Gubert (Akashic), foram alguns meses (4 eu acho...) mas aprendi o básico e o necessário para começar. Para praticar melhor, entrei em uma outra banda paralela de metal tradicional chamada Guilhotina, que durou pouco, mas aprendi bastante.
HEAVYNROLLEntão você começou a cantar mesmo em 1999?
MARCO – Isso mesmo, e por falta de opções, pois era guitarrista, e mesmo no True, fui guitarrista e vocalista por muito tempo... de 1999 a 2003. Mas sentia limitações em cantar e tocar, por isso sempre tínhamos outro guitarrista na banda. Mas em 2004 resolvi deixar de tocar e só cantar.
HEAVYNROLLFale um pouco das bandas das quais faz parte...
MARCO – Bem... Vou começar pelo The True, vou ser breve, prometo hehehe... A banda começou em 1999 com a proposta de criar música, sempre tive uma influência muito forte dos anos 70 e as músicas soavam como uma mistura dessas influências com o metal, inclusive nossos covers eram só de bandas dos anos 70, revisitadas. E como sou espírita, resolvi fazer com que a temática da banda girasse em torno de assuntos espiritualistas, mas que não soasse White Metal. Gravamos uma Demo em 1999 que não foi lançada, devido a péssima qualidade de gravação. Depois de muuuuiiitas formações, um Turn Over principalmente de guitarristas, em 2003 resolvi convocar um só guitarrista para a empreitada, Tiago Della Vega, que já tocava comigo em outro projeto paralelo. Então mudamos o nome da banda para Fermatha e o direcionamento das músicas mudou um pouco também por conta das influências do Tiago, que soou um pouco mais pesado e melódico. Em 2004 lançamos a primeira demo intitulada “Advent of the Truth”, que na minha opinião, foi importante para a banda, mas ficou evidente que o pessoal não curtiu esse novo direcionamento... e nem eu... hehehe
HEAVYNROLL - Tiago Della Veja, o atual recordista mundial de velocidade na guitarra?
MARCO - Esse mesmo, aliás, um excelente cara e músico... Atualmente ele anda excurcionando pelo Japão e Europa parece... boa sorte a ele
HEAVYNROLL – E depois?
MARCO – Bom, o Tiago saiu da banda em 2005 e a coisa esfriou... mudei o nome novamente para The True Meaning of Life, mas hoje não é uma banda propriamente dita, e sim projeto no qual estou trabalhando e devo lançar alguma coisa no final desse ano ou começo do ano que vem (2009), mais no estilo musical antigo mesmo.
O After Dark é um tributo ao Iron Maiden, mas que pretendemos, no futuro, conforme andarem as coisas, começar a fazer coisas nossas, mas ainda é cedo... e a Nightfall, muita gente já conhece, é uma banda cover, que atualmente está inativa... Estou também montando outro projeto aí... Logo mais terão notícias.
HEAVYNROLL – No release que você mandou dizia que teve outros projetos paralelos...
MARCO – Sempre tive outras bandas em paralelo com o True. Toquei guitarra para o Anjo Negro e os Mercenários, fui vocalista de uma banda de metal tradicional chamada Reality, no qual gravamos um demo em 2001, e o detalhe era que eram letras e português...
HEAVYNROLL – Português? Como era isso?
MARCO – Sim, gravamos uma demo, que só foi distribuída para amigos da banda e para nós mesmos hahaha, foi uma gravação ao vivo no estúdio, com oito músicas próprias em português, que tinham uma mistura de metal e rock. Tocávamos essas músicas nos shows, e a galera curtia. Na verdade essa banda era bem confusa... quando entrei, em 2000 o repertório tinha desde Legião Urbana e Íra até Iron Maiden e Judas Priest hahaha, e tinha uma segunda vocalista no primeiro ano. Depois resolvemos fazer músicas próprias e decidi cantá-las em português, e ficou legal, e os covers ficaram só no metal mesmo. Ganhamos muitos concursos de música na cidade e no Rio Grande do Sul, em primeiro lugar, principalmente com uma música chamada “Outra Dimensão”.
HEAVYNROLL – De quem eram as letras?
MARCO – Minhas... tanto a letra quanto o instrumental.. com exceção de uma, que era em parceria com o um dos guitarristas.
HEAVYNROLL – O do que foram feitas essas músicas?
MARCO – Íamos regravá-las em 2002 com melhor qualidade, mas nosso batera resolveu ser padre, foi para um seminário e deixou a banda...
HEAVYNROLL - Padre? Nossa, que radical... e não tinha outro batera?
MARCO – fizemos testes com outros, mas não tinha a mesma química e a banda acabou... depois até me surgiu a idéia de gravar as músicas em inglês, mas sei lá...
HEAVYNROLL - E o que mais fizeste?
MARCO – A sim... cantei também no Fire Symphony entre 2004 e 2005, mas não deu certo...
HEAVYNROLL – Por que?
MARCO – Não fechou nossos estilos...
HEAVYNROLL – Certo.
MARCO – Gravei também uma faixa do primeiro Cd da excelente banda Exit 11, a música “Sabotage”, de Rodrigo Campagnolo, e foi muito legal. E acabo de gravar uma faixa para um tributo ao Aliança Rebelde que deve sair esse ano acho.
HEAVYNROLL - Como você vê a cena musical Caxiense?
MARCO – Complicado... Tem muuiitas bandas boas, Caxias é um dos lugares desse país que concentra maior número de músicos talentosos, mas o problema maior é aquela sensação de disputa e concorrência que há entre algumas bandas. Nem todas, mas há certo preconceito entre estilos por aqui, um desrespeito ao gosto pessoal de cada pessoa, além de falta de alternativas para tais. Caxias é enorme, tem muitos bares, mas 70% desses bares só toca acústico e pop rock, há poucas casas de shows noturnas, e muita demanda de banda, que gera certa posição seletiva de alguns bares. Tem bandas importantes por aqui que são mais respeitadas fora do que na própria cidade... Ao invés de ficarem orgulhosos de ver uma banda crescer lá fora, a criticam... inveja?... não sei... Mas acredito que isso mude...
HEAVYNROLL – E o futuro? O que podemos esperar do Marco?
MARCO – Muito trabalho como metalúrgico hahahaha... alguém tem que alimentar as crianças hahahaha
HEAVYNROLL – Pois é, é triste não poder viver da música... você tem filhos né...
MARCO – Dois varões!!! Hahaha
Mas agora, falando sério, em termos musicais, podem esperar um novo trabalho do The True Meaning of Life (ou só The True) para os próximos meses, além de um projeto com velhos amigos meus aí, que virá no mais puro heavy metal.
HEAVYNROLL – Obrigado Marco, encerramos por aqui, deixe algum recado pra galera.

MARCO – Obrigado por tudo pessoal, pela presença nos shows, pelo apoio nessa jornada e agradeço a Deus pelas amizades valiosas que fiz nesse meio. E pra quem quiser conhecer o trabalho do True entre no myspace http://www.myspace.com/thetruesongs, e logo estarei colocando no ar um blog com a estória do próximo trabalho, que será conceitual, e as letras da primeira demo comentadas. Obrigado.


10 Álbuns que te marcaram:

1 - Seventh Son o f a Seventh Son – Iron Maiden
2 - Demons And Wizards – Uriah Heep
3 – In Rock – Deep Purple
4 – Screaming for Vengaence – Judas Priest
5 – Stand Up – Jethro Tull
6 – Chemical Wedding – Bruce Dickinson
7– Promised Land – Queensryche
8 – The Human Equation – Ayreon
9 – The Glorious Burden – Iced Earth
10 –Ressurection – Halford
Tem muitos outros...
5 Influências como vocalista:
- David Byron – Ex-Uriah Heep
- Bruce Dikinson – Iron Maiden
- Rob Halford – Judas Priest
- Geoff Tate – Queensrÿche
- Bernie Shaw – Uriah Heep